Tui – O Porrino
Eis que finalmente chegava a hora tão esperada de cumprir a totalidade do Caminho por terras espanholas. Programadas foram 6 etapas, uma a mais do que se costuma, pois decidimos cortar a primeira, que seria a mais longa, para adaptação à nova realidade.
Os dias que antecederam foram vividos com alguma ansiedade, e acabamos por ter menos horas de sono que o habitual, pois existem sempre aquelas verificações de última hora.
Resultado: A minha mochila levava +/- 6,5 kg e a da Anita passava pouco dos 4 Kg. Tudo bem minimizado!
Aconselham os entendidos que não se deve carregar mais do que 10% do peso do corpo, havia pois bastante margem de manobra.
Pelas 08:00 da manha, já na estação de Campanhã, para apanhar o comboio que nos levaria a Tui, o qual fervilhava de agitação matinal de viajantes animados para o seu destino.
Uma viajem bem agradável, passando pela costa marítima de Viana a Cerveira, levou-nos até à estação de Tui, onde o coração parecia querer trabalhar um pouco mais descompassado, fruto talvez da emoção.
Havia então que tomar a direcção da catedral, que se avista quase de qualquer ponto da cidade, e uma vez aí, foi merecedora de uma visita mais demorada, e onde nos carimbaram as credencias, como que, para dar o tiro de partida.
Um pormenor curioso foi verificar, que em Tui existe uma feira de velharias onde os comerciantes são maioritariamente portugueses.
Separavam-nos de O Porrino cerca de 17 kms, distância que já não nos assusta.
E o Caminho espanhol começa a mostrar-se algo diferente do nosso português, pois as marcações não são tão abundantes, já estão algo gastas, e obrigam pelo menos nestes km iniciais a uma maior atenção.
Existem uns marcos curiosos com a vieira indicando a direcção, e ainda a indicação da distância a Santiago.
Parece, no entanto, existir mais apoio aos peregrinos, pois vi maquinas de abastecimento de bebidas, e ainda áreas especificas de repouso e apoio.
De reportar apenas os quilómetros logo após Tui, sempre planos, onde os motivos de interesse foram apenas o cruzeiro de S.Telmo, padroeiro de Tui, e um bosque muito bem estimado, que contava nos seus habitantes gaivotas, coisa que me pareceu algo estranha.
Antes de O Porrinõ existe um Polígono Industrial que tem uma recta enorme de perto de 3 km de extensão e que tem de ser percorrida pelos peregrinos, tornado a jornada algo secante.
Para ciclistas é uma etapa muito rápida que deve demorar perto de uma horita.
Já em O Porrino, localidade dormitório, no hostal escolhido, verificamos alguns sintomas da crise, pois havia apenas um único funcionário para tudo, Antonio, de seu nome, que atendia a esplanada, fazia os pedidos no balcão, tratava da recepção, tudo! Um verdadeiro homem dos sete instrumentos.
De resto, um merecido descanso, e boa noite de sonho.
ETAPA 7 – O Porrino – Redondela